quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Instalando Led e entrada de Fonte nos wah wah`s VOX v847 e Cry Baby GCB95


Olá pessoal!

Acabo de adquirir um wah wah Vox v847 americano, muito bom por sinal,  resolvi fazer as mesmas customizações que fiz no meu antigo Cry Baby GCB95, instalei led azul e adaptei entrada de fonte 9V, porém o GCB95 já vem com conexão para alimentação de fonte. Espero que vocês gostem desta postagem. 

Adaptando entrada de fonte no wah wah Vox v847

 É  notório que o modelo de wah wah Vox v847 americano não vem com entrada de fonte 9V, somente suporte para bateria, há rumores que eles já fazem este tipo de coisa para não correr risco de alterações no timbre clássico,  que podem ser causadas por fontes não confiáveis e não estabilizadas, mas compensa sendo true bypass. Os wah wah´s Vox v847 fabricados na china já vem com este recurso, um ponto positivo ao meu ver. Mas não podemos comparar os componentes americanos e a qualidade de mão de obra com as dos chineses, por isso vale a pena comprar um americano e adaptar uma entrada de fonte 9V.

 Então vamos lá!

Materias/Ferramentas:
  • Par de Fios finos de cor preta e vermelho (Pode ser outra cor, mas tome cuidado com o positivo é sempre bom utilizar a cor vermelha)·   
  • Plug fêmea DC-026-0.5 (Com parafusos para fixação)
  • Ferro de Solda
  • Solda
  • Multímetro
Procedimentos:

1º  Faça um furo com a broca que tenha o diâmetro da parte mais larga do conector macho DC (O conector da fonte 9v), para o conector poder passar livremente pelo furo, sem correr risco de tocar na carcaça do wah wah e causar curto.
 2º  Solde os fios no plug fêmea, lembrando que o positivo do conector macho é para fora, é a área externa do plug, por isso deve ser identificado no plug fêmea onde é o pino  positivo, para isso conecte o plug da fonte de 9v na fêmea, pegue o multímetro e coloque na escala DCV 20, ligue a fonte na tomada, pegue as ponteiras do multímetro e coloque a preta em um dos pinos da fêmea e o vermelho no outro pino, se no multímetro mostrar um valor com o menos (-) na frente, é sinal que a polaridade está invertida, inverta as ponteiras do multímetro, mostrando somente os números sem o sinal de menos, verifique e marque o pino que a ponteira vermelha está localizada. Pronto você achou o positivo.
3º  Solde o fio vermelho no posito da fêmea, solde o fio preto no outro pino que sobrou do plug fêmea
4º  Desencape os fios preto e vermelho da bateria, lembrando que ao desencapar não faça na mesma direção para não correr o risco dos 2 fios se juntarem e criar um curto.
5º  Solde o fio vermelho da fêmea no vermelho desencapado da bateria, o preto da fêmea solde no preto do fio preto da bateria. (para fica melhor esteticamente o ideal seria localizar no circuito do pedal o positivo e o negativo,  soldar os fios do plug fêmea diretamente na placa. Porém como os leitores em sua maioria não tem tanta experiência com eletrônica, preferi explorar o mais fácil e ser objetivo.
6º  Isole os fios de maneira segura com uma fita isolante de qualidade. 
7º  Ligue o plug macho no plug fêmea, ligue a fonte na energia, teste o pedal para ver se tudo está funcionando perfeitamente, se tudo estiver ok, fixe a fêmea com parafuso no furo, feche o pedal e seja feliz por economizar grana que você gastaria com as baterias.   
   

     Fig.1

    Fig. 2

Instalando led no Vox e Cry Baby

A instalação do led autobrilho utiliza o mesmo procedimento para ambos pedais.

Materiais:
  • Led Autobrilho
  • Fios par
  • Chave DPDT
  • Resistor 12k

1º Corte os fios verde, branco e azul da chave original on/off do pedal wah wah.
2º Instale a Chave DPDT na furação da carcaça do Wah Wah.
3º Solde os fios verde, branco e azul na chave 3DPT, como mostra a fig.3.
     
      

   Fig. 3

4º Ligue o Wah wah  e teste para ver se está funcionando, estando tudo ok, vamos para a instalação do led.
5º Faça o furo para a instalação do led.

  Fig. 4

6º Pegue o led e utilize o multímetro na escala de teste de continuidade ou diodo, geralmente apresenta o desenho como na fig.5.


Fig.5

Teste o led e descubra qual é o positivo, coloque a ponteira vermelha em um pino do led e a preta em outro pino, se não acender é porque está invertido, então inverta as ponteiras, se acender marque o pino que a ponteira vermelha está localizada, solde um fio vermelho no pino positivo do led, depois solde a outra extremidade no fio vermelho do conector de bateria, como mostra a fig.7.

 

 Fig.6

7º Solde o resistor de 12k no pino negativo do led, solde na outra extremidade do resistor o fio preto, este fio preto será soldado na chave DPDT como mostra a figura, pegue outro fio preto e solde em outro pino da chave DPDT como mostra a fig.7, a outra extremidade deve ser soldada no fio preto do conector da bateria. Agora faça o teste e veja se o led ao ligar o wah wah também é ligado. Se tudo estive ok, fixe bem e regule a altura a gosto a chave DPDT e bons sons...


Fig.7

   Fig.8


Obs: Na Fig.7 utilizei as cores de fios para o led, azul e branco,  no texto me referi como vermelho e preto. No desenho me baseiei no meu pedal que usa no led fios azul e branco. Tenha atenção para não se confundir, pois nas fotos e no desenho tem o azul do wah wah e o azul do led, são fios para diferentes funções. O desenho é bem claro, basta seguí-lo.

RESULTADO FINAL







RESULTADO FINAL NO SETUP

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fim da Carteira de Músico (fim da obrigatoriedade)

Olá pessoal!

Sim, é verdade. Neste primeiro de agosto de 2011 o Supremo Tribunal Federal reconheceu por unanimidade o direito constitucional de qualquer cidadão se exprimir musicalmente sem o beneplácito da vetusta OMB. A ministra relatora Ellen Gracie citou o Artigo V da Carta de 1988 para enfatizar que “qualquer restrição ao exercício de uma atividade só se justifica se houver interesse público”, como acontece com os médicos, engenheiros e advogados.











A ministra Ellen Gracie, do STF

A decisão do STF foi baseada em dispositivo da Constituição Federal que garante a livre expressão da atividade intelectual e artística. Recentemente, o mesmo tribunal decidiu que não era mais necessária a formação profissional para se exercer a profissão de jornalista. Não tem mais sentido uma instituição decidir quem é músico e quem não é e ainda obrigá-lo a pagar uma anuidade para continuar “sendo” músico.

Herança das corporações de ofício da Idade Média, a OMB fora criada com a intenção de proteger a classe musical. A lei que regulamenta a profissão é de 1960. Em 1964, seus fundadores foram expulsos e substituídos por músicos militares. Alguns estão até hoje à frente de seções regionais da Ordem, que atua apenas fiscalizando se instrumentistas e cantores estão “em dia” com as anuidades, com o poder de cancelar shows Brasil afora.

Ora, então chegou a vez de perguntarmos: e os atores? E os técnicos de som? Ambos são submetidos a outro “cartório”, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões (SATED). Este instituto tem o dom divino de decidir quem pode e quem não pode trabalhar como ator, modelo, diretor teatral, locutor e pasmem: o operador de áudio.
Mas o que é que o técnico de som, o cara da mesa, geralmente um músico que garante a sonoridade de shows e gravações pelo país tem a ver com sindicato dos atores? Ah, porque ele também faz o som do teatro. Sei. Então, como ele liga os alto-falantes, mexe um pouco com eletrônica, por que não é credenciado logo pelo CREA, o Conselho de Engenharia e Arquitetura?

E esse cara, responsável pela qualidade sonora de milhares de espetáculos, principalmente shows e gravações musicais, mas também de vídeo-aulas, palestras, depoimentos, filmes e programas de TV e rádio só pode exercer o seu ofício se for agraciado com a bênção da certificação profissional. E essa coisa lhe será concedida pelo tal SATED, mediante uma módica taxa…

Aí, o técnico de som, ou o operador de áudio, desculpe, o engenheiro (antes que o chamem de “o cara da mesa” ou “o rapaz do som”) recebe uma carteira de trabalho que ele chama carinhosamente de DRT (ele ignora, mas é a sigla da Delegacia Regional do Trabalho, que, afinal, é quem concede a carteira após a certificação do SATED). É que várias empresas de sonorização passaram a exigir o tal DRT. Botaram na cabeça deles que quem tem DRT sabe operar melhor o som. Ou pior, que quem não tem não sabe operar.

O Certificado da DRT

Como o Ministério do Trabalho não sabe certificar o operador de áudio, ele transfere o poder ao SATED. Mas quem disse que sindicato de atores sabe diferenciar um técnico de som de um iluminador ou de um eletricista? E PARA QUÊ certificar um técnico de som? Como disse a ministra do Supremo Tribunal, “a música é uma arte, é algo sublime, próximo da divindade. Tem-se talento para a música ou não se tem”.

Ele é um artista, opera a mesa e os efeitos para obter os melhores timbres, a melhor dinâmica musical para aquele público com base em suas noções de música e de acústica e no domínio das ferramentas. Embora leve o nome de técnico, operador ou engineer, o trabalho desse cara lembra bastante o dos tecladistas e guitarristas igualmente cercados pela parafernália tecnológica que altera sonoridades.

Muitas vezes, ele estudou mais música do que os músicos cujo som está operando. É do conhecimento musical ou do ouvido musical que ele depende para tomar decisões no trabalho. O que é que ele está fazendo no outro sindicato?

Como o SATED também não sabe certificar o técnico de som, ele exige provas documentais de sua atividade profissional. Aqui, precisamos recorrer à lógica: se o camarada ainda não era certificado, como poderia exercer a profissão? Ilicitamente? Então, para obter a certificação profissional, o cidadão terá que oferecer provas contra si? Isto fere princípios elementares do Direito.

E quais são as provas? Segundo o site do SATED-RJ, para obter a Capacitação e o Registro Profissional, além dos documentos habituais, como RG, CPF, 3×4, o pretendente deve “apresentar Curriculum com todas as comprovações de trabalho na função solicitada. Documentos válidos: cartazes, filipetas, programas, contratos, notas contratuais, recibos, carteira assinada e declarações com firma reconhecida”. Está tudo aqui.

Pergunte ao técnico de som no próximo show que você for se ele já viu o nome dele impresso nestas papeladas. Você já viu o nome do técnico de som impresso num cartaz de show? Eu, nunca. E vou a shows desde 1971.

O SATED também aceita diplomas “por escola profissionalizante”. Mas, até agora, só credenciou cursos de ator, circo, modelo e manequim. Nenhum de áudio. Calma! Logo aparecerão os cursos credenciados que vão te dar o direito de operar o som. Que nem a OMB, lembra? O pessoal está atrasado. A Era dos Cartórios está chegando ao fim.
Por enquanto, existem cursos que “vendem” DRT. Eles preferem dizer que “encaminham” para o DRT. Será que levam de táxi ou de ônibus? Não! Ao final do curso, o diretor fornece uma ‘declaração com firma reconhecida’ que você trabalhou como operador na empresa dele etc. e tal.
Esta acusação é grave, mas não é nova. Esses cursos oferecem essas facilidades há anos pela internet, pela imprensa e até em vídeos no YouTube. Pode procurar!

Faltou dizer que, ao infeliz artista que só queria operar profissionalmente uma mesa de som, restam ainda, além das mensalidades de um daqueles “cursos”, três pequeninas taxas do SATED…
Ele vai pagar a taxa de administração no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais), o Registro Provisório – R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) e o Registro Definitivo – mais R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais). No SATED, a dolorosa fica em R$550,00 (quinhentos e cinquenta reais, cerca de um salário mínimo. Multiplique pela quantidade de atores e técnicos pra ver quanto se arrecada). Não se esqueça, fora o curso…
Mas que curso? Os que vendem declarações? Não sai mais barato recorrer ao Artigo V da Constituição Federal e exigir o respeito à liberdade de expressão? Ou músicos e jornalistas são categorias superiores a atores e técnicos de som?

Pra operar a mesa, aumentar o baixo e diminuir a guitarra, temos que conhecer música ou eletrônica? E pra falar no celular, precisamos dominar o português ou estudar telecomunicações? Operar uma mesa de som é, sim, uma expressão artística. Ou alguém ainda discorda?

Não precisamos entender de legislação para enxergar o óbvio. A exigência de certificação para artistas e técnicos obterem a carteira de trabalho ou “DRT” é inconstitucional, pois viola o direito à liberdade de expressão. Cabe um mandado de segurança, que, rapidamente, se tornará jurisprudência em nível nacional. Senão, recorra ao Supremo Tribunal Federal. É ganho de causa líquido e certo. E aí você será ator profissional ou operador profissional de áudio se alguém estiver disposto a te contratar ou a pagar pra te ver e ouvir. Como será doravante com os músicos. Como já é com jornalistas e com 99% das profissões. Aí, doutores! Quem se habilita?

O STF não julgou a OMB à toa. Foi um recurso de um mandado de segurança de um músico que queria tocar sem ter que pagar pela habilitação profissional. Os atores e os técnicos também precisam se mexer.

Por sua parte, o Sindicato dos Músicos não obriga ninguém a se afiliar. A velha lei, ora em vias de caducar, definia que o cartório era a OMB. Com orçamento mais magro e uma história de pouca combatividade, tem alguns momentos na linha do tempo em que a corporação de ofício atua decisivamente em favor da categoria que representa.

Atualmente, o Sindicato dos Músicos Profissionais do Rio de Janeiro apoia os músicos arbitrariamente demitidos há sete meses pelo regente da OSB. Eles aceitaram a reintegração e negociam quem será seu regente com a intermediação do Ministério do Trabalho. A orquestra não se apresenta desde 2010. O então regente resolvera demitir algumas dezenas em prol da “excelência artística”, segundo critérios próprios, e começou a contratar músicos gringos. Ali, a certificação foi insuficiente. Mas a corporação persiste. E a luta continua.

Já na Ordem dos Músicos… E no SATED…